Questione tudo. Questione a prefeitura, o governo e a presidência. Questione a escola, a religião e a ideologia. Questione os métodos, os objetivos e as alternativas. Questione o sim, o não e o talvez. Questione o rico, o pobre e o alienado. Questione o professor, o diretor e a irmã superiora. Questione os machistas, os feministas e os alheios a tudo isso. Questione a direita, a esquerda e os que se dizem apolíticos. Questione o próprio ato de questionar. Questione por quê, quando, como, onde. Questione o síndico, o flanelinha, o faxineiro. Questione as celebridades, os intelectuais, os ignorantes. Questione o pudor, a sem-vergonhice e o descompromisso. Questione os puristas e os modernistas, a bossa-nova e o indie rock. Questione a corrupção, o juiz ladrão e a conformação. Questione o silêncio! Questione a passividade! Questione a individualidade, a falta de compaixão! Questione seu filho, sua avó, seus pais e irmãos. Questione o primo distante. Questione a distância! A globalização! Questione o Obama, a sanidade da Britney o novo corte de cabelo da Amy. Questione o cara ao lado no ônibus. Aproveite e questione também o cobrador. Questione o mau-humor, ora essa! Questione o racismo, a homofobia e a mentalidade. Questione o que já foi, o que é e o que será. Questione as coisas como são. Questione a si mesmo. Questione, assim, como quem não quer nada... Questione nem que seja só por questionar, assim, de vez em quando... Questione por curiosidade, inquietação ou verborragia. Questione via carta, e-mail, sms, vídeo, telefone ou oratória. Questione só de birra, só de raiva. Questione e ponha a culpa na tpm, no salário mal pago ou no filho questionador. Questione porque perdeu na loteria ou porque o casamento não vingou. Questione o que quiser e o que disseram pra não questionar. Mas fale! Pergunte! Abra a boca, vomite, grite! Só não esqueça do ponto de interrogação no final.
"Àqueles que silenciam quase sempre lhes falta algo em fineza e polidez de coração; silenciar é uma objeção; engolir sapos faz, irremediavelmente, um mau-caráter - e inclusive estraga o estômago..." Nietzsche
"Àqueles que silenciam quase sempre lhes falta algo em fineza e polidez de coração; silenciar é uma objeção; engolir sapos faz, irremediavelmente, um mau-caráter - e inclusive estraga o estômago..." Nietzsche
Nenhum comentário:
Postar um comentário